Napo Tarot

napo tarot

 

Este singular deck foi idealizado por uma mulher dedicada ao estudo dos mitos latino-americanos, astrologia e taromancia, Betty Lopez, e editado pela U.S. Games Sistems

Em cada lâmina surgem personagens e simbologias presentes em várias lendas, mitos e contos autôctones da América do Sul.

Os desenhos realizados por Napo, artista plástico também argentino, são alegres, coloridos, dinâmicos, incitantes.

Os conceitos então de ambos, unificados nestas lâminas, fazem com que nós, os hispano-americanos realizemos uma volta às nossas raízes… Com nostalgia  e resgate daquelas estórias que escutávamos na infância, para quem como eu, moradora de outras terras, resulta um presente tê-lo!

Este lindo deck, vêm acompanhado de um livreto, que não apenas expõe as clássicas explicações pertinentes ao tarot clássico, mas insere ou anexa as informações daquelas alegorias, permeadas pelo fantástico-maravilhoso.

Ganhei de presente, do meu amado, e em fim, estou muito feliz mesmo!

Nesta Lua Cheia ele fará parte dos meus ritos.

Mas tenho desde já a certeza de que minha conexão com ele, está firmada e que dele advirão mil leituras iluminadas.

 

Luciana Onofre

Eu depois de horas

tejiendo

 

 

Há um “dejavú” ao ler e responder os falantes questionários que rodam por aqui e por ali, no sentido de ir rumo ao período da infância onde eles eram o tempero do dia.
Havia o frisson de esperar e ler o que outros respondiam, e o frisson aguçado em pensar nossas respostas.
Sempre pensei muito antes de elaborá-las, por que ainda sendo algo divertido eu dava sempre as respostas verdadeiras, não apenas por pura gozação ou zueira.

Essa viagem no tempo me deu uma perspectiva crua sobre mim mesma.
Me mostrou ou exibiu o que eu desejava naquele então, e o que daquele então realmente conseguiu vir a ser ou não.
Jamais direi que há uma correspondência ao pé da letra entre o desejo e o concretizado, e isso não me traz nenhuma aflição mesmo, por que sinto assim que haverá constantemente algo para correr atrás, algo por ser feito, algo por ser saciado.

E penso como me era meio “Lost” a sensação de estar perdida perante o que eu seria um dia, perante quantas coisas daqueles anseios de fato seriam atendidos. Eu me sentia pequena. Não tanto pelo que os demais esperavam de mim, mas pelo que eu esperava.

A ansiedade perdeu fôlego quando tive filhos, por que os ritmos tomaram outros moldes, as premências outros níveis, os desejos outros rumos, e passei a dar outra dimensão ao que eu queria quanto a mim mesma.

Entendi que não somos seres descartáveis, mesmo nos instantes em que mais detestamos ou abominamos x ou y, por que eles, o x e o y, um dia na ciclicidade da vida aparecem novamente em nosso caminho, e ela ( a vida) nos regala com a oportunidade de vivenciar outra dinâmica com esse x e esse y… “Daí nunca mais me veio à mente ou aos lábios a frase “to me lixando para todos” ou “ apenas quero o que me traz benefício e o que não, jogo fora”…

Vinte anos atrás jamais me suporia estando desligada física e emocionalmente (por que longe não há afagos, não há colo, não há o toque) do meu nicho familiar, por que querendo ou não nos tornamos dependentes e muito da família. Jamais imaginaria poder estar bem e feliz sozinha, sem aquela família onde nasci por perto, não que minha felicidade dependera deles, mas sim a noção de acomodação, de apoio, de segurança, que pode poudar nossos vôos, mas que sempre nos deixam mais certos de que as quedas serão menos duras quando aconteçam…

Sou sim muito do que em mim foi incutido na família direta ou indiretamente, tenho lembranças boas e outras péssimas dos tempos em que me sentia personagem do meu “Lost”, sou geneticamente, culturalmente, animicamente a lembrança de muitos dos que já passaram nesta terra sob o nome dos Souza Martins e dos Onofre, logo sou um pouco de cada um… Quiçá mais do que imagine, pois não conheci bisavôs et al.

Mas, e isso para mim é por demais importante, ser pelo destino, ou como queiram chamar, lançada a um canto a solo na vida, me permitiu decantar valores e perceber que eu sou o que eu sou apenas por mim mesma, por meu mérito exclusivo.
E da seguinte forma: aquilo que conquistei eu aceito como coloquei antes, como um percentual de herança familiar, e me refiro aqui às habilidades, a alguns gostos, a coisas que se perpassam de um indivíduo a outro no processo reprodutivo, e  me identificar em certos aspectos com meu avô materno ou com minha avó materna resulta prazeroso e zen…
Mas o que sou como indivíduo social, espiritual, econômico e cultural, hoje, é resultado da minha elaboração apenas. E isto foi uma opção minha e respeitada por essa minha família.

Não houve interferência alguma em ‘n’ decisões como a do “o quê vou ser quando crescer e puder optar” Sou o que quis ser. Escolhi minha profissão mesmo que minha mãe acalentara no íntimo que eu seguisse a tradição familiar de enveredar pela Diplomacia, de vir a ser como meu avó a quem eu muito amo, uma consulesa ou embaixatriz… Ou a do meu tio de que o acompanhasse na vida de advogado… Ou ser dentista como meu pai me desejava fosse…

Mas eu não seria o que sou se eles não tivessem também tido a chance de no seu tempo poder optar por ir e deixar família e se arriscar onde ninguém tinha sido nada disso antes… E sou as lembranças das tardes cor-de-rosas sentados no terraço com cheiro do rio Amazonas em Letícia, na minha Colômbia, por que meu avô decidiu um dia largar a vida de jornalista e advogado e rumar para o Rio, e ser um diplomata. Sem isso eu não teria sido parida na minha Colômbia querida, nem teria nas veias o sangue itálico-espanhol que tenho, nem essas lembranças queridas daquelas tardes com ele.

 

Não amaria como amo meu país, não sentiria na carne a saudade que sinto de suas terras.

 

Por isso quem ao me ver sozinha aqui no nordeste da vossa Terra Brasilis, pensa que “coisa triste” ou “que família esquisita e espalhada”, erra.

Somos na minha família o que somos, e temos honra em sê-lo, por que tivemos a opção de ir e vir sem amarras. Entre tanto, esse viver sem amarras é duro para quem com cada um de nós convive, pois não alimentamos nem sabemos fazê-lo, o apego irracional para com situações, pessoas, e sentimentos.

Aprendi e os demais meus também, que tudo  é passageiro, e que quiçá por isso, devemos dar o nosso máximo em cada uma dessas “passagens”, ser o melhor naquele momento e com aquele ser que envolve o momento. Mas e agradeço aos Deuses, não ficamos lamuriando por muito tempo o que deixa de ser, o que não conseguiu ser e partimos para o que pode ser.

 

Da mesma forma minha vida laboral e profissional é minha apenas, sem dever favores por ser, por ser professora, por ser tradutora, por ser taróloga, pois cada um dos empregos que tive e tenho, agradeço a mim mesma por eles, e isso se deve à essência “andarilha” dos Souza Martins Onofre, pois ou somos por merecermos ou não seriamos nada.

Eis por que o dejavú dos esqueminhas de perguntas e respostas que choveram e chovem, – e que chovam mais – me fez bem.

Aos 38 anos posso olhar para trás e dizer, que bom que passou o tempo.

Que bom que consegui ser.

Que bom que sou quem sou.

 

Beijos.

 

 

Luciana Onofre

 

En el Día de Las Brujas…

En este día te deseo que todos tus hechizos sean afortunados, siendo lo que sean…
Que tus Libros Secretos permanezcan eternamente secretos.
Que puedas encontrar por el camino otros que como tú, como yo, son brujos y no le ven nada malo en serlo.
Que sientas orgullo en decírte Bruja.
Que no te traguen los conceptos distorcidos sobre como es feo ser una Bruja o llamarle a alguien de Bruja.
Que tu caldero cocine de lo mejor para ti, que en él, sambuyas todos los ingredientes necesarios para ser una Bruja satisfecha.
Que las noches siempre sean tuyas.
Que la Magia viva en el día a día, aunque muchos no lo quieran así.
Deseo que celebres tu vida, que la vivas a todo dar y que no temas puntos finales.

Feliz Día de Las Brujas…


Te lo desea La Bruja en su Casa.


Luciana Onofre

Ela


Sonhei com uma deidade de manera ímpar…
Me vi nela, dentro dela, senti o que ela sentia ou sentiu.
Vi coisas que imagino seja o submundo.
Senti o piso seco, frio…
Senti as emoções que ela sentia .
Me olhei  num espelho e me vi e a vi.
E entendi finalmente por que sou como sou.
Entendi finalmente que sempre esteve ali o que tudo era, e eu não via.
De tanto ver o que ninguém vê…
Entendi minhas companhias.
Entendi minhas falas com eles.
Minha eterna relação com o mundo dos já idos.
E entendi que é Ela, minha deusa amiga.
Sei que o sonho foi a forma que Ela mantêm de diálogo comigo.
Que é esse meio o que Ela usou para me dizer: Sou Eu…
Pequenos sinais, falas, situações, sentires nele me mostraram claramente quem Ela é:

Proserpina…

Imagem: Statue of Proserpina in the roman garden at Birmingham’s botanical gardens.

Germinando!

 

Majericão roxo

Majericão roxo

 

 

Alecrim

Alecrim

 

Majericão simples

Majericão simples

 

Boldo

Boldo

Para ver acontecer as sementes requer que tenhamos paciência: para esperar elas vingarem, crescer e aparecer! Plantei sementes faz uns meses e hoje elas plantas pequeninas já são…

SI QUIERES, ENTRA Y SIENTA!

 

 

 

Meu caldeirão

Meu caldeirão

 

 

 

Si desejas fazer parte da minha parte, não precisa haver convite em papel branco, selado por cera vermelha…
Se faz necessário apenas que sinceramente o desejes.
Que entendas os instantes com simplicidade sem buscar téias de aranha onde nunca as coloquei…
Importante é saber apreciar sentimentos, falas e pensamentos, respeitar os silêncios e saber que falar 
amor é para mim necessário, uma constante, e jamais banalizante.

Gostar de estar na terra, mexer nela e conviver bem com e para com ela, é por demais importante.

Querer bem aos meus também! Com tudo sei bem, que simpatizamos mais com um do que com outro ou vice-versa, mas acarinhá-los e apreciá-los adoça minha alma e coração… Mas se de ambos gostares, em fim, que tempos melhores posso desejar?

Saborear vinhos e chás soma ponto! Por que sou muito chegada neles…Chá de capim-limão, chás com gotas de mel, chá de rosas, chás!  Vinhos, sim!  Ao anoitecer, com Lua e sem Ela.

Apreciar leituras, absorver livros e estar sempre pronto para compartilhar deles, não tem preço, se assim fazes, logo seremos amigos…sempre.

Então ser parte da minha parte é simples, se nisso tudo souberes encaixar o entendimento para com meus tempos e rotinas que não possuem mais pautas…
Sou daqueles seres que apreciam a organização, mas não seguem roteiros fixos. Cada dia é uma surpresa, organizada dentro da falta de esquema rígido do dia!

E esqueci, se gostas de tarot, então mais do que bem-vindo por que é um dos meus interesses mais alimentados aqui!

Falar de sonhos também me encanta…Porém anotá-los não costumo. Entre tanto passo o dia com eles, me cercando de odores, cores e companhias!

Ando ultimamente (faz mais de 2 meses) entre fios, linhas e agulhas…Tejiendo.

E claro se és bruxo/bruxa mais do que uma bem-vinda irás receber!

Sentados ao lado do caldeirão vamos pensamentos remexer!!!!

Sou fiel e confiável se assim fores comigo também, por que já houve o dia em que me doar sempre fazia, e de encontro a mim nem sempre isso vinha…

Assim então eis as portas de “La Bruja y su Casa”… Bate nela, entra e desfruta, de tempos sem relógios, de conversa sem sombra!

Luciana Onofre

Ela no altar

Faz quase dois meses chegou Ela, Vênus ao meu lar.

Veio pelas mãos da minha irmã-amiga Kel.

Sempre senti falta de uma imagem no meu altar.

Vênus é da Alícia, minha filha, mas passa temporadas no altar da casa.

Ainda não tenho minha imagem, mas sinto que isso está ligado a outras coisas, que quando estiverem no momento exato hão de permitir que eu a tenha.

 

Liberdade

“Houve um tempo em que não eras uma escrava, lembra-te disso.
Caminhavas sozinha, alegre, e banhavas-te com o ventre nu.
Dizes que perdeste toda e qualquer lembrança disso, recorda-te…
Dizes que não há palavras para descrevê-lo, dizes que isso não existe.
Mas lembra-te. Faze um esforço e recorda-te.
Ou, se não o conseguires, inventa”.

‘Les Guérillères’
Monique Witting

A liberdade em poder buscar nossas trilhas não foi perdida apenas no ontem, hoje muitas de nós, sofrem em ter que dar respostas, e justificativas para o nosso caminhar.

Não apenas em se justificar para com outros alhéios à nossa realidade, mas principalmente para com aqueles que em tese seguem os mesmos rumos.

Sente hoje saudade quem não consegue ser sem ter que se explicar, explicar os por quês da sua vida, das escolhas, dos passos dados para frente ou para atrás…

É premente que a liberdade seja instaurada, e que os nossos seres queridos, amigos e correlatos saibam nós amar sem tanto exigir, ou condenar.

Os dedos em riste de outrora, da época das fogueiras que tanto execramos, ainda pairam no ar…

Luciana Onofre

Coisas e Lugares

 

Sou uma pessoa que sempre gostou de caixas, de gavetas, tanto para descobrir nelas tesouros esquecidos por outros ou por mim mesma, como por prezar as coisas em seus devidos lugares.

Quando pequena sonhei muito com encontrar em gavetas e caixas objetos únicos que alguma história me contassem… Tive a sorte de uma ou duas vezes ver isto acontecer.

Assim na vida mesmo nos instantes mais caóticos, retorcidos e enegrecidos, pude manter minhas “coisas” em seu lugar.

Há coisas que moram em um determinado espaço e jamais deverão ocupar outro, coisas que apenas compartilho com uma pessoa, e não com outra; outras coisas que disponho em prateleiras, para que sejam admiradas, esmiuçadas, entendidas e assimiladas. E essas mais de uma pessoa é convidada a presenciar.

Outras permanecem trancafiadas desde que eu soube realmente o que elas eram, o que causavam, o que diziam, e após esse instante de “te reconheço e sei onde começa teu poder e o meu”, fechei as tampas, bem encaixadas, e não sinto falta do que no seu interior  há, nem medo de que um dia, como na lâmpada de Aladim, elas saiam a passear, desejando luz, e algo mais. Mas é uma escolha minha que elas sejam coisas guardadas.

Existem outras “coisas” que por terem uma dimensão tamanha, dentro da minha vivência emocional, espiritual, carecem de vitrines, de exposição, de que sejam comunicadas aos quatro ventos. Elas, nunca ganham outro lugar além do meu mundo interior, e meus cadernos, cadernos de papel, com linhas, com pautas… E que quiçá não serão vistos por outros olhos que não os meus.  Assim como minha experiência religiosa pessoal, aquela que muda o rumo da vida, nunca será exibida, as cartas também não.

As cartas não por que dizem muito de mim e de quem as escreveu. Colocam nossas almas ao desnudo, sem pudores, retratam momentos fugazes de liberdade, onde quem me escreve se permite deixar ir em letras.

Há “as” experiências espirituais, mágicas e religiosas,e muitas delas, não precisam ir ao mundo exterior, por que elas dizem algo apenas a mim, se revestem de valor apenas para mim, mudaram ou não apenas a mim… Então elas ficam também calidamente guardadas em compartimentos especiais.

Outras “devem” ser desfiladas, ensinadas, entre tanto para elas também há pessoas e pessoas para com quem compartilhar. Pois meus momentos podem não coincidir com os momentos delas, e o que se impregna de significância espiritual para mim, apenas ser notado por elas, sem repercussão alguma. Mas tendo sido o bastante em meu dia.

Sou assim, um ser que sempre teve essa habilidade, a de encaixotar, guardar, empacotar  coisas, e por isso sendo assim no mundo concreto, essa habilidade se repassa ao mundo interior, onde há mais de mil compartimentos, uns ainda por descobrir, outros já empregados, alguns em uso ativo, e pode ser que poucos nunca ocupados.

Há momentos, pessoas, circunstâncias, espaços para cada coisa, fato, sentimento, nem tudo o que vai por dentro pode ser apreendido com sua exata dimensão e peso por todos. Por isso alimento a arte de encaixotar, de empregar compartimentos, e permitir que as pessoas semelhantes às  minhas coisas, com elas enlacem diálogos.

Somos caixinhas de surpresas….

Eu cuido dessas caixinhas que somadas, se constituem na minha bagagem pessoal, íntima, particular.

 

Luciana Onofre

O Cálice e a Espada

Eis apenas a introdução a este livro por muitos comentado e indicado como leitura básica para o entendimento da dinâmica entre os humanos desde os primórdios até os dias de hoje.

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